Olá! Gosto muito de falar sobre as minhas experiências, pois são ricas de exemplos na vivência educacional. Fui coordenadora por um tempo em escolas municipais e particulares e gostava de observar o relacionamento entre pais e filhos, principalmente os exemplos que os pais transmitiam aos seus sereshumaninhos de todas as idades. Fazia questão de estar atenta às reações dos pais nas reuniões, nas conversas particulares cujo assunto era estritamente escolar e nas festinhas da escola. Para mim, essa experiência era um laboratório para elaboração de projetos, estratégias e recursos para o direcionamento da proposta pedagógica na rotina da escola. Mesmo em minhas experiências como orientadora pedagógica e mesmo supervisora escolar usava esse recurso para elaborar minhas reuniões de orientação aos professores, pais e diretores de escolas.
Foi muito interessante para mim porque dessa experiência me eduquei no relacionamento educacional com minhas filhas, pois vivenciando comportamentos, tirava exemplos de o que deveria ou não seguir.
Não generalizo os comportamentos percebidos afirmando que as escolas públicas eram as que mais me demonstravam um relacionamento um tanto “desagradável” entre os pais para com seus filhos, porque nas escolas particulares e principalmente na escola em que fui proprietária e tinha um estreitamento maior com os pais, também observava tais comportamentos, portanto nada tem a ver com poder aquisitivo, apenas mudando um pouco o polimento externo demonstrado.
Desta experiência, pude constatar a deficiência amorosa que evidenciava em ambos os exemplos do simples “pegar nas mãos” da criança para conduzi-las, até xingamentos ofensivos que expunham os pequenos ao ridículo. Posso afirmar com categoria que eram mínimos os responsáveis verdadeiramente responsáveis pelos seus sereshumaninhos.
Muitas vezes presenciei pais (mãe ou pai), despejarem toda a sua revolta de uma vida não aceita sobre os pequenos. Presenciei muitos pequenos “arcados” pela “carga” pesada colocada em seus ombros. Desinteresses, desamor, ausência, abandono e principalmente maus tratos aos pequenos sereshumaninhos. É a doença dos séculos até agora.
O compromisso de proteger e conduzir novos seres no mundo ficou esquecido logo após o prazer que advém do ato que contribui para trazê-los ao mundo.
Percebi que um simples ato de segurar nas mãos dos pequenos já ajuda para que eles não se sintam abandonados e tristes ajudando-os a superar as outras formas de tratamento recebidas no decorrer da infância.
Ao tentarmos achar a fórmula para a recuperação do êxito escolar em todas as suas formas, da assimilação ao comportamento dos estudantes, antes precisamos ajudar os pais a se educarem resgatando esse “pegar nas mãos” de seus filhos e extirpando para sempre o fantasma de terem-se conduzidos sozinhos, pois muitos também foram vítimas do abandono, assim não sabendo como cuidar de seus sereshumaninhos.
Devemos pegar nas mãos dos pais e conduzi-los ao encontro das mãos de seus sereshumaninhos, mas isso não precisa ser somente responsabilidade das escolas e sim de todos que de alguma forma estão envolvidos com alguns desses pais que ainda não tiveram esse apoio, seja no templo, na vizinhança, na reunião do churrasco, na vivência da rua, do bairro ou no simples encontro no comércio.
Observar e aconselhar não são necessariamente intrometer-se na vida dos outros e sim contribuir para o bem geral. Na sutileza do “conselho” podemos exemplificar ensinando com histórias, lendas, fábulas ou até mesmo uma “fofoca” construtiva, onde os exemplos falam por sim, pois nunca devemos ficar alheios aos acontecimentos porque fazemos parte de um todo que é a humanidade inteira. Muita paz e amor para todos.
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