terça-feira, 25 de setembro de 2012

Amigo imaginário. Ou não?





Bons  momentos para todos.

Amigo imaginário. Quem não o teve ou ainda o tem?
Por volta dos dois anos, quando se desenvolve a linguagem é comum nos depararmos com cenas onde vemos nossa criança a tagarelar com o “invisível”. Para nós, não para ela.

Praticamente todas as crianças têm um amigo imaginário ou até mesmo mais de um. É natural e pode perdurar até os sete anos mais ou menos. 

Observam-se mais atentamente nas crianças solitárias, que sofreram traumas recentes e naquelas cujos pais se separaram, pois é uma forma de fuga e busca por companhia confiável.
Para a psicologia a criança “cria” o amigo imaginário como forma de proteção emocional, defesa pessoal e treinamento inconsciente da convivência, principalmente àquelas que não possuem relacionamentos constantes com crianças da mesma idade.

 "Antes de ter um amigo de carne e osso, a criança precisa treinar a experiência da amizade", diz o psicanalista Enrique Mandelbaum, especialista no tema. "Se as ações forem simuladas antes de realizadas, o desafio de conviver é facilitado."
Pesquisas mais recentes indicam que aquelas crianças que convivem com companheiros invisíveis desenvolvem antes suas capacidades psicológicas e linguísticas, e tendem a ser melhores alunos.
Para os espiritualistas, neste período a criança está espiritualmente convivendo entre os dois mundos visível e invisível e o seu amigo imaginário pode ser simplesmente um espírito amigo, protetor ou familiar que se apresenta com pretensões apaziguadoras e solícitas preenchendo o vazio emocional da criança.

O amigo imaginário pode persistir por mais tempo quando a criança não consegue se libertar de sua insegurança ou mesmo porque é médium, mas nem toda criança que tem um amigo imaginário é médium, pois isso só se observa se persistir na adolescência e juventude. Não entrando no mérito da questão nem querendo deturpar os conceitos da psicologia, precisamos estar atentos para as possibilidades sem fazer apologia religiosa, nem científica. Na verdade o amigo imaginário é realidade nas “melhores famílias” e não podemos ignorar.
Podemos trazer a tona o conhecido terror noturno, onde atentamos para a possibilidade das convivências imaginárias adentrarem o inconsciente tornando-se parte dos temores infantis, mas nesse caso o amigo imaginário torna-se “inimigo perseguidor”, mas isso é assunto para outra ocasião. 

Tenho exemplo em minha casa comigo mesma quando via pessoas que só eu via, mas que não se comunicavam, apenas estavam presentes. Perdurou por um tempo e depois sumiram.
Minha filha mais nova com aproximadamente três anos brincava intensamente com seu amiguinho imaginário ou invisível e tinha até nome que no seu linguajar entendíamos com sendo “Cuaximi” e ela detalhava as brincadeiras, falava, gesticulava e era feliz. Perguntávamos naqueles momentos onde o Cuaximi estava e ela sempre apontava sorrindo. Por volta dos cinco anos não ouvimos mais falar dele.
Uma conhecida também relatou que sua filha de três anos brincava e dialogava com um amigo imaginário e quando resolveram perguntar com quem ela falava, ela disse que era com a vovó deixando todos surpresos, pois a filha não conheceu a avó e mostrando algumas fotos a filha ela identificou a foto da avó.  

Amigos com benefícios.

Para os pais, flagrar o filho no meio de um "monólogo exterior" pode surpreender, mas os especialistas garantem: é normal, saudável e aconselhável. Inclusive, Roberto Andersen, educador brasileiro membro da Academia de Ciências de Nova York, adverte que limitar a imaginação (o que inclui dizer "acabou esse tal de amigo imaginário!") é um incentivo ao déficit de atenção, déficit de cognição e memória parcial. Se você achou a opinião de Roberto muito radical, saiba que Freud, pai da psicanálise, e Piaget, papa da pedagogia, também defendiam que, por via das dúvidas, era melhor que o companheiro invisível participasse do jantar. 

Para os pais o melhor é tratar com naturalidade não supervalorizando nem desvalorizando o fato. Estimular a criança a deixar, esquecer ou ignorar o seu amigo imaginário pode prejudicar a naturalidade com que a criança encara o fato, trazendo problemas de insegurança e timidez na criança diante dos relacionamentos futuros dela. O melhor mesmo é aguardar que essa fase passe e caso não passe observar com atenção buscando um profissional adequado, não ignorando a possibilidade mediúnica e nesse caso deve-se procurar também orientação espiritual.
Na esquizofrenia, na solidão, na rejeição, no pânico, nos que sofrem bullyng pode-se observar os diálogos solitários, onde podem ser nocivos acarretando consequencias perigosas como isolamentos severos, autopunições ou mesmo suicídios. Todos esses processos requerem urgentes providências.


Para os que buscaram essa leitura, podem estranhar as possibilidades aqui colocadas, mas não devemos ignorar que somos corpo, mente e espírito e que a medicina hoje não ignora o lado espiritual. Portanto, o que pensamos muitas vezes ser imaginário, pode ser a sensibilidade humana dando possibilidades ao que não quer calar, ou seja o mundo invisível.

Exemplos de médiuns que apresentaram desde a infância a mediunidade:
Chico Xavier (desde os três anos de idade), Divaldo Pereira Franco (desde os quatro anos de idade), José Raul Teixeira (desde a infância) – Fonte: federação Espírita Brasileira.

Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.

Para saber mais 
O Brincar e a Realidade
Donald Winnicott, Editora Imago.

A Psicanálise de Crianças
Melanie Klein, Editora Imago.

Nove Estórias
Jerome David Salinger, Editora do Autor.

Náufrago
Direção: Robert Zemeckis. Por causa do Wilson.

Chico Xavier o filme.

Fonte: Revista Super interessante, internet, revista Pais e filhos.

Nenhum comentário: