História infantil

Olá pessoal!
Esta página é para vocês poderem desfrutar das histórias infantis e poderem através delas viajarem na fantasia dos contos. Aproveitem e se quiserem podem imprimir, desenhar, criar suas ilustrações. Serão algumas historinhas inéditas de autoria inspiratória sopradas aos meus ouvidos pelos "anjinhos" que amam e protejem todos os sereshumaninhos. Valéria Ribeiro.

Vocês já podem ler:
  • O Jacaré e a tartaruga;
  • Toco o burrico feliz;
  • Pipa a locomotiva abandonada;
  • Bela a abelhinha descontente;
  • Clara a menina que não sabia chorar;
  • Rana e Ana as gêmeas diferentes;
  • Tico um menino especial;
  • Silvio o sapo pula pula;
  • O peixinho Edinho e o polvo Gabriel;
  • Quem tem medo dos legumes?;
  • A história de Zé chulé;
  • Conta que eu Conto (Poeminha para incentivar);
  • O encontro das diferenças na igualdade dos sentimentos;
  • Súplica do meu amor (poeminha);
  • A história da gaga Maria (cordel improvisado);
  • Leca. A menina que tirava meleca. Eca!
  • Mara não quer mudar.
  • Estrelinha Amor.
  • Meu irmãozinho está chegando!
  • A Foca fofoqueira. Trabalhando o F f
  • Gigi o gatinho guloso. Trabalhando o G g
  • A Cacatua careca. Trabalhando o C c





    O jacaré e a tartaruga.
         Existia um lago muito bonito onde moravam muitos bichinhos felizes.            
    Certo dia, por lá apareceu um jacaré muito malvado e faminto que avançando para os bichinhos com sua bocarra num abre e fecha sem parar começou a devorá-los. No corre-corre, muitos bichinhos conseguiram fugir, entre eles Dona tartaruga.
    Mesmo depois de se alimentar, o jacaré continuou muito feroz e malvado. Tomou conta do lago não permitindo que ninguém ficasse lá e ameaçou comer qualquer um que se atrevesse a passar por ali.
    Dona tartaruga tem uma prima que mora do outro lado do lago, elas se gostam muito. A prima da dona tartaruga vai fazer aniversário e a única maneira de ir visitar a sua prima, é atravessando o lago.
    Mas como poderia? O jacaré é bravo e malvado, se dona tartaruga tentar atravessar pela beira ou pela água, com certeza ela viraria comida de jacaré.
    Dona tartaruga não se conformava, queria ir visitar sua prima, era injusto o jacaré impedi-la, ela tinha que fazer alguma coisa.
    Então dona tartaruga pensou e pensou num jeito de tapear o jacaré e de tanto pensar, teve uma idéia!
    - Meu casco é cinza e duro como uma pedra acho que posso fingir que sou uma pedra e ir devagarzinho, parando, andando e disfarçando enquanto o jacaré não percebe e assim rodeio o lago e chego na casa da prima. Falou dona tartaruga feliz com sua idéia.  E assim fez a dona tartaruga.
    No dia do aniversário da prima, saiu cedinho de casa, esperou o jacaré se distrair e se postou na beira do lago. Escondeu sua cabeça e suas perninhas e ficou paradinha, paradinha... De rabo de olho observava o jacaré e quando ele se distraia, andava mais um pouquinho. Tinha tempo, pois a festinha da prima seria só à noite.
    Mas numa dessas mexidinhas, o jacaré de supetão percebeu algo estranho e falou com seu vozeirão:
    - Aquela pedra se mexeu, mexeu sim que eu vi! Vou ficar de tocaia para ver e se ela se mexer novamente é porque não é pedra e aí eu como, seja o que for!
    Dona tartaruga ficou apavorada e permaneceu parada que nem uma estátua.
    O jacaré mergulhou o corpo deixando só os dois olhos de fora e ficou de tocaia.
    E assim foi passando uma hora... Duas horas... Três horas...
    O sol já ia se por e o jacaré então berrou:
    - Acho que estou maluco, acho que aquilo é uma pedra. Estou morrendo de fome, vou comer uns peixinhos para disfarçar. E mergulhou.
    Dona tartaruga ouvindo aquilo, levantou a cabeça e suspirou, já estava quase fazendo xixi nas calças, não aguentava mais e começou a andar.
    De repente num salto o jacaré pulou na superfície do lago.
    - Eu sabia! Não é uma pedra! Gritou com raiva.
    - Ninguém me engana! Prepare-se que vou te comer, seja o que você for! Esbravejou o jacaré abrindo a bocarra num nhac, nhac de fazer medo.
    E saiu em disparada. Dona tartaruga, ouvindo aquilo, pulou num pinote e saiu correndo com todas as suas forças.
    O jacaré correndo atrás abrindo e fechando a bocarra num nhac, nhac de assustar.
    Nunca se viu uma tartaruga correr tanto!
    A prima de dona tartaruga morava logo abaixo do lago, numa casinha no tronco de uma frondosa árvore. Dona tartaruga no desespero tropeçou escorregando e rolando morro abaixo, só parando dentro da casa da prima, que tinha acabado de sair e sua porta ainda estava aberta. Por sorte de dona tartaruga.
    A prima de dona tartaruga vendo aquilo entrou correndo e bateu a porta com toda a sua força.
    O jacaré na disparada, também rolou abaixo dando com a bocarra na porta dura. Bateu com tanta força que lhe soltou quatro dentões. Tonto e vendo estrelas, o jacaré saiu com a bocarra banguela de volta para o lago.
    Quando os bichinhos souberam do acontecido, correram para o lago e expulsaram o jacaré que envergonhado de ter sido enganado por uma simples tartaruga, foi embora sem reclamar.
    Dona tartaruga foi festejada com vivas e urras e o lago voltou a ser alegre e morada de muitos bichinhos que aprenderam que nem sempre o mais forte ganha e que com inteligência, paciência e uma ajudinha da natureza, todos podem se livrar das ameaças e recuperar o que lhes são de direito.
    FIM
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    Toco o burrico feliz.
         Toco era um burrico muito feliz era o caçula de três irmãos. Toco era mimado por todos. Não trabalhava ainda, pois era muito jovem. Eles viviam num sítio no interior de uma grande cidade. O sítio vivia da pequena agricultura e seu proprietário cultivava verduras que vendia  com exclusividade para alguns restaurantes da cidade.
    O sítio era muito bonito e bem tratado.
    Toco adorava correr na grama verdinha aproveitando seu delicioso sabor.
    Toco era muito feliz!
     Seus pais e seus dois irmãos trabalhavam duro para darem conta das entregas que o sítio fazia diariamente no mercado próximo, onde os caminhões viam buscar as verduras para entregá-las aos restaurantes. Os pais de Toco eram felizes, mas seus dois irmãos eram muito revoltados. Não gostavam de trabalhar e invejavam a liberdade de Toco.
    Todos os dias, quando sua família saía para as entregas, Toco ficava na porteira, despedia-se alegre e sempre queria ir junto. Não entendia porque não trabalhava também e quando seu pai explicava que ainda era muito jovem, respondia que era forte e daria conta. Toco queria ficar perto da sua família e os esperava ansiosamente todo fim de tarde.
    Postava-se na porteira em companhia de seus amiguinhos o coelho, o cão negrito e a bezerrinha Amélia. Toco adorava brincar, mas queria fazer mais, queria trabalhar ajudando a sua família.
    Seus irmãos caçoavam dele o chamando de bobo.
    - Trabalhar é ruim, dizia um.
    - Por que quer trabalhar, se tem liberdade? Falava o outro.
    Mas o burrico Toco não percebia as dificuldades que os irmãos falavam, ele na verdade percebia o bom de estar junto com a família.
    Um dia, na volta do trabalho, um dos irmãos de Toco pisou numa grande pedra e machucou o casco. Foi tão grave, que sangrou muito, tendo que ser cuidado pelo veterinário que recomendou o afastamento do trabalho por um bom tempo.
    O dono do sítio ficou pensativo, tinha muita encomenda e não seria possível transportá-la em apenas três carroças.
     - O que fazer? Perguntou ao amigo veterinário.
    - Bote o burrico Toco no lugar do irmão, ele é forte e dará conta. Disse o amigo.
    - Será? Toco é tão novinho ainda, terá responsabilidade? Indagou o dono do sítio.
    - Claro! Ele dará conta. Afirmou o veterinário que cuidava dos animais do sítio e conhecia todos eles.
    - Bom, amanhã tentarei. Disse o dono do sítio.
    O irmão de Toco que se machucou, apesar da grande dor, ficou feliz por não fazer nada por um longo período. Não se conformava em ter que trabalhar.
    O outro irmão foi logo dizendo:
    - Agora Toco, você vai ver o que é bom! Sempre mimado, poupado, descansado e nós no pesado. Quero só ver se continuará querendo trabalhar! Disse com ironia o irmão mais velho de Toco.
    Mas Toco não se abalou, estava ansioso por começar e nem reclamou em ir dormir, queria que amanhecesse logo para ir com a família até o mercado.
    Ainda não tinham saído os primeiros raios de sol e Toco acordou. A arrumação era bem cedinho, pois a caminhada era longa até o mercado.
    Toco foi arrumado à frente da carroça e não gostou muito de ser preso pelas amarras, mas colaborou. Estava feliz!
    Os pais de Toco e o irmão mais velho observavam as reações de Toco.
    Seu irmão pensava: “Só quero ver quando ele começar a puxar o peso vai com certeza reclamar”.
    Toco não reclamou, estranhou um pouco, mas não enfraqueceu.
    E lá foram os quatro estrada a fora, conduzidos pelos empregados do sítio. Toco estava maravilhado! Nunca tinha saído do sítio e se encantava com cada coisa que via.
    A estrada, as árvores altas, os pássaros, um riacho ao fundo, uma montanha ao longe.
    Toco gargalhava levantando a cabeça num gesto de contentamento.
    Sua alegria era tanta que não se incomodou com o ritmo da caminhada. Seus pais estavam contentes com o que viam, mas seu irmão ficava cada vez mais irritado em perceber a capacidade de Toco em transformar as dificuldades em prazer. Dizia para si. “Isso é hoje, porque é novidade, vamos ver nos próximos dias”.
    E os dias foram passando e Toco cada vez mais feliz. O exercício fez muito bem a Toco que foi ficando cada vez mais forte.
    Sua alegria estimulava os pais que aprenderam a não sentirem mais o peso da carga. Seu irmão não se conformava e propositadamente foi em direção a uma árvore batendo com força quebrando a carroça e se machucando.
    Precisou ser afastado também. Era o que queria, tinha que provar que Toco não aguentaria um trabalho forçado.
    Sem alternativa, o dono do sítio teve que dividir a carga somente em três carroças sobrecarregando o burrico Toco e seus pais.
    Toco vendo aquilo se dispôs com mais vontade, não queria que seus pais fossem sacrificados ao extremo e demonstrando animação postou-se com sua carroça a frente para que ela fosse mais carregada do que a da sua mãe.
    O dono do sítio compreendeu a sua atitude poupando a carroça da mãe de Toco do peso. E lá se foram estrada a fora.
    Toco continuou feliz, prestativo e firme. Não deixou um só dia de louvar e se maravilhar com tudo que via, sempre mostrando os dentes de felicidade.
    O tempo foi passando e os irmãos de Toco se recuperaram, presenciaram a boa vontade de Toco por todos os dias em que trabalhou sem eles.
    Tiveram que dar o “braço a torcer” e aceitarem que o trabalho é bom, quando se é bom de coração, o trabalho é fácil, quando se tem boa vontade, o trabalho é rico, quando se aproveita positivamente o seu ensinamento.
    Toco provou para os irmãos que a união é importante, que a família precisa estar junta e que ser feliz é fazer felicidade dia a dia diante das provas que a vida dá.
    Os irmãos de Toco voltaram a trabalhar e a carga foi mais dividida, dessa forma o dono do sítio aposentou a mãe de Toco que pode descansar, para esperar mais um burrico que vinha por aí.
    FIM

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    Pipa a locomotiva abandonada.
         Pipa era uma locomotiva que trabalhava levando carvão da estação das minas para o porto. Pipa vivia suja, por isso sempre estava séria e mal humorada. Ela era uma locomotiva Maria fumaça pequena com três vagões com estrutura de madeira.
    Pipa trabalhou todos os dias por trinta anos sem parar.
    Um belo dia viu chegar outra locomotiva bem maior, toda em aço, com os vagões enormes e com um motor mais potente.
    Pipa ficou admirada.
    - Será que vamos trabalhar juntas? Pensou.
    Mas que nada! Pipa foi aposentada num trilho desativado próximo a uma fazenda. E a locomotiva nova tomou o seu lugar. Pipa ficou muito triste, pois se sentia forte e com capacidade para transportar muito carvão ainda.
    Pipa chorou, chorou por vários dias.
    Uma fadinha que passava por lá, vendo a tristeza de Pipa, fez com que ela adormecesse, assim não sofreria mais.
    - Pipa só acordaria se pudesse ser útil novamente. Disse a fada tocando sua varinha em Pipa. E assim foi feito.
    Os anos foram passando, o mato crescendo e Pipa ficou escondida e protegida pela natureza.
    Perto dali, numa pequena fazenda, morava o Seu João, cujo filho adorava bichos. Seu João ficava doido com tanta bicharada que seu filho levava para a fazenda.
         Paulinho, filho do seu João, desde criança amava os bichinhos. Era cachorro, gato, pato, coelho, burrinho, ganso, porco, cavalo, boi, vaca. Nada anormal, pois moravam numa fazenda, mas Paulinho queria mais e muitos e seu João enlouquecia, pois Paulinho não queria que vendesse nem desse nenhum dos bichos da fazenda e não era só isso, queria macaco, pato, aves de toda espécie, cobra, gambá... E já imaginaram como era na fazenda?
    Num dia de desespero, Seu João falou para o filho: - Comprei um terreno para você meu filho. Vou construir um celeiro, um viveiro e vários cercados, para você colocar a sua bicharada. Venha conhecer, é logo aqui ao lado, próximo a um trilho desativado das carvoarias. Tem um lago e bastante verde.
    Paulinho ficou radiante. Mas como transportar tantos bichos para lá? Ficou com essa dúvida na cabeça.
    Um dia, voltando com seu pai da construção, resolveu explorar aquela área, pois achou estranha aquela vegetação alta cobrindo parte do velho trilho.
    Paulinho era muito curioso. Seu pai recomendou:
    - Cuidado Paulinho, pode ter alguma cobra.
    - Ora pai, deixa que eu cuido dela. Falou Paulinho gargalhando. Então, lá foi ele ver o que tinha ali.
    E assim, empurra daqui, afasta dali, puxa de lá e qual a surpresa? Paulinho se deparou com aquela locomotiva ali parada toda tomada pelas plantas.
    Paulinho chamou o pai e mostrou a ele a descoberta.
    Ficaram surpresos e logo Paulinho foi falando:
    - Pai, olha só, achamos o transporte para os animais.
    Seu João animado concordou. Providenciou para que fosse retirada toda a vegetação que cobria a locomotiva e imediatamente uma revisão geral.
    Paulinho reparou que no vagão principal estava escrito em vermelho a palavra PIPA e então resolveu batizar a locomotiva com esse nome.
    Quando foi colocada lenha e ativada a sua máquina, como num passe de mágica pipa despertou.
    Estava limpa, pintada e colorida. Nas laterais de seus três vagões tinham vários bichinhos pintados e a descrição “Fazenda Feliz”.
    Mas o mais surpreendente para Pipa foi perceber que não mais carregava carvão e sim vários animais que faziam uma barulheira só.
    Pipa abriu um sorriso e desde então passou a servir a fazenda do Seu João que comprou ela das carvoarias.
    Paulinho cresceu, estudou veterinária e Pipa sempre pra lá e pra cá com seus companheiros... Burrinhos, bezerrinhos, porquinhos e até um avestruz que Paulinho resolveu levar para o seu sítio... Aquele ao lado da fazenda que seu pai construiu para ele.
    Pipa nunca mais chorou e lá de cima brilhando, a fadinha sorriu feliz.
    FIM.
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    BELA A ABELHINHA DESCONTENTE.

    Bela nasceu na colmeia prateada.
    Bela não gostava de ser abelha e vivia reclamando, pois achava sua vida chata e rotineira.
    Na colmeia em que Bela nasceu, todas as abelhas operárias eram muito disciplinadas.
    Mas Bela sempre estava insatisfeita e indisciplinada.
    Imagine a cara de Bela insatisfeita.
    As abelhas operárias respeitavam a rainha e seguiam as regras estabelecidas por ela sem reclamarem.
    Bela nunca seguia as regras e vivia reclamando de tudo.
    Imagine Bela reclamando.
    As abelhas operárias companheiras de Bela tinham muita paciência com ela. Não cobravam nada de Bela.
    Achavam mesmo que isso iria passar com o tempo, afinal ela era muito jovem.
    Mas sempre que podiam, convidavam Bela para ver a beleza da colmeia. Era tudo certinho e previsível.
     Bela sempre recusava e cruzando os braços, amarrava a cara virando para o lado.
    Imagine Bela com a cara amarrada olhando para o lado.
    Um dia um mensageiro trouxe um comunicado.  A rainha mais poderosa de todas as colmeias ia fazer uma festa.
    “Todas as colmeias deverão levar uma amostra de seu mel. A rainha irá provar o mel de todas as colmeias e o mel mais saboroso ganhará o selo real e suas produtoras serão premiadas com o título da realeza.”
    Foi um alvoroço geral. Toda a comunidade de abelhas queria participar.
    Bela num passe de mágica se interessou.
     Era a chance que ela queria para provar que sem estímulo nada é interessante nem promissor.
    Na colmeia onde Bela vivia foi um espanto geral. Bela? Interessada em produzir?
    Tinham que ver como isso ia ser.
    E Bela tratou logo de convocar todas as abelhas para comunicar os seus planos.
    E com as mãos na cintura, foi chamando aos berros todas as abelhas, que curiosas se puseram em fila. Bela fazia pose de líder. Um pouco enganada é lógico.
    Mas Bela se esqueceu da Rainha e de que nada era feito sem a sua ordem e comando.
    Avistou a grande fila se abrir e surgir radiante em sua nobreza a rainha mãe.
    Bela com seu nariz empinado teve que se curvar diante da realeza.
    Imagine Bela se curvando.
    E a rainha perguntou:
    - Por que pararam a produção? Quem ousa interromper o trabalho nesta colmeia sem as minhas ordens?
    Todos apontaram para Bela.
    A rainha sabia do gênio de Bela, pois nada passava sem o seu conhecimento.
    E assim perguntou a Bela:
    - O que tem a dizer jovem? O que pretende atrasando toda a produção de nossa colmeia? Conheço a sua fama, sempre rebelde e arredia ao trabalho, descontente e preguiçosa. O que queres agora? Perguntou a rainha.
    Bela se defendeu. Uma das características de Bela é gostar de resolver tudo e não levar dúvidas para casa.
    - Não sou tudo isso não! Apenas não gosto de ser um robô. Tenho opinião e vontade própria.
    - Como ousa! Disse a rainha. Está me desafiando? Perguntou educadamente, mas firme em sua autoridade.
    Toda a colmeia num único coro emitiu um OOOOOOOOOOOOOOOOOOOH!
    - Perdão majestade, mas se queremos ganhar o concurso, precisamos além de disciplina, criatividade, prazer e sentimento de competitividade. Mas para isso acontecer, devemos ter motivação e alegria construtiva. Na verdade eu era desmotivada o que me fazia arredia e mal humorada, mas agora um motivo me comichou e essa competição acendeu em mim a vontade de produzir. Disse Bela de uma vez só, quase perdendo a respiração.
    Imagine Bela tagarelando sem parar.
    A rainha se admirou. Apesar de achar que Bela fora atrevida, gostou de seu argumento e convocando a equipe responsável pela programação e andamento da produção ordenou:
    - Vamos ver do que essa jovenzinha é capaz, todos vão acompanhar e obedecer as suas orientações. Falou a rainha em tom de desafio.
    Foi um alvoroço, pois pela primeira vez a rainha permitia que a colmeia respondesse as ordens de quem quer que seja fora do seu comando.
    Bela ficou surpresa e pulou de alegria.
    Imagine Bela pulando de alegria.
    E assim, Bela traçou o seu plano.
     Convocou as operárias para uma palestra, falou do valor de cada uma, da importância em despertar suas capacidades, do amor próprio, mas também falou da disciplina, do companheirismo, do amor pela coletividade e pelo resultado que poderiam alcançar pela cooperação consciente. Bela motivou as companheiras a se olharem, a trocarem suas ideias, valores e sentimentos.
    A rainha observava de longe, admirada com o efeito que Bela produzia no grupo.
    Assim, Bela todo dia reservava uma hora para o lazer das companheiras.
    Recreação, liberdade e descanso.
    E a produção foi aumentando, as propriedades do mel em textura, sabor e produtividade crescendo como nunca tinha acontecido ali.
    Toda a colmeia estava feliz, havia vontade e motivação para o trabalho. Amizade e companheirismo, cooperação e criatividade para que a rotina não desanimasse o grupo.
    Foram formando grupos cuja sintonia era voltada para os talentos afins. Todo o grupo se uniu.
    Bela era a abelhinha mais feliz do mundo!
    Imagine Bela feliz.
    E o dia do grande jure chegou.
    A rainha mais poderosa convocou as rainhas de todas as colmeias, que juntamente com um jurado de dez zangões iriam testar o mel de cada uma das colmeias de todo o reinado para coroar o mel vencedor.
    Bela não se aguentava de tanta agonia, teve que fazer xixi várias vezes de tanta ansiedade.
    Finalmente o resultado. E o mel vencedor é...
    ... O produzido pela colmeia prateada.
    Bela deu um pulo de felicidade e todos aplaudiram a rainha.
    Finalmente a colmeia prateada mostrou que mesmo sendo grande e bastante povoada, com organização, cooperação, boa vontade, amizade e amor individual e coletivo pode-se chegar ao que muitas vezes parece impossível.
    A rainha se curvou diante da majestade de Bela que compreendeu que sempre surgirão oportunidades para podermos colocar para fora nossos desejos, anseios e vontade de mudar, construir e exteriorizar nossos talentos, e que cara feia não resolve os problemas, mas sim comunicação, respeito e coragem. Bela também compreendeu que errava em sua atitude.
    Imagine Bela erguendo o troféu e sendo carregada pelas companheiras.
    Deste dia em diante, Bela participou de todas as atividades da colmeia, se orgulhando de quem era e de seu lugar, sendo humilde e sempre dando oportunidades aos talentos que surgiam a cada dia.
    AGORA VAMOS DESENHAR TUDO QUE VOCÊ IMAGINOU SOBRE BELA?

    FIM
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    Clara a menina que não sabia chorar.
    Clara era uma menininha feliz. Seu pai e sua mãe a amavam muito.
    Clara tinha sido esperada com muito amor, já que a sua mãe demorou a engravidar. Foi uma felicidade só na casa do casal Silva.
    Clara recebeu muito carinho, mesmo antes de nascer. Seu pai acariciava a barriga de sua mãe e cantava para ela.
    Clara morava numa casa bonita, com um jardim grande com vários brinquedos.
    Clara tinha quatro anos e nunca ficou doente e jamais chorou. Nem quando nasceu, pois aquela famosa palmadinha que todo bebê recebe para testar o pulmão, Clara não recebeu, assim não chorou.
    Clara vivia contente em seu mundo cheio de cuidados e carinho. Ela nunca saía de casa.
    A mãe de Clara cuidava para que nada lhe faltasse e saiu do emprego para se dedicar a filha. Clara vivia no céu.
    Os anos foram passando e Clara feliz em seu mundo. Clara era cercada de todo conforto; televisão, DVD, computador e aparelho de CD para ouvir suas músicas preferidas. Tudo supervisionado pela sua mãe.
    Clara recebia aulas em casa. Sua mãe achou melhor assim. Clara não conhecia o mundo.
    A mãe de Clara afirmava com orgulho o fato de Clara nunca ter chorado. Sua filha era feliz! Sempre afirmava.
    Clara era uma menina meiga e carinhosa. Muito bondosa e tratava todos os empregados da casa com respeito e generosidade.
    E o tempo foi passando...
    Um dia, o Sr. José jardineiro da casa, precisou levar sua filha para o trabalho. A filha do Sr. José se chamava Joana e tinha a mesma idade de Clara; oito anos.
    Clara ficou super feliz, pois nunca saía de casa e não tinha amiguinhos.
    Joana era magrinha, tinha os cabelos longos e vestia um vestido colorido e simples. Estava usando chinelos de borracha e Clara ficou admirada com que viu. Nunca tinha se vestido assim e achou maravilhoso aquele chinelo. Deixava os pés tão livres, pensava curiosa.
    Clara levou Joana para o seu quarto e Joana vendo tudo aquilo não resistiu. Pulou de alegria! Muitos brinquedos, dezenas de bonecas. Era tanta coisa que de seus olhos saíram duas lágrimas. Clara nunca tinha visto aquilo.
    O que saía dos olhos de Joana? Clara ficou intrigada.
    À noite, perguntou a sua mãe o que era aquilo que tinha saído dos olhos de Joana e sua mãe explicou que eram lágrimas, lágrimas de alegria, pois Joana não tinha tudo que Clara tinha e aquela visão a emocionara.
    Clara ficou curiosa, pois nunca, nunquinha tinha saído aquilo de seus olhos.
    De tanto pedir, Clara conseguiu que o Jardineiro levasse Joana novamente em sua casa. Clara ficou radiante!
    As duas foram brincar no jardim e todos aqueles brinquedos deixavam Joana tão eufórica que tropeçou no escorrega caindo e machucando o joelho. Joana não aguentou de dor e chorou. Clara novamente se deparou com aquelas lágrimas que muito a chamou a atenção.
    Mas se Joana se machucara por que as lágrimas? Lágrimas não saia quando estávamos alegres demais? Perguntava-se em dúvida.
    À noite, Clara perguntou novamente a sua mãe, que lhe explicou que aquelas lágrimas eram de dor, porque Joana tinha se machucado. Clara ficou pensativa.
    Um dia Clara foi até a cozinha. Queria comer os biscoitos que Dona Maria fazia.
    Dona Maria era a cozinheira da casa e gostava muito de Clara.
    Quando chegou lá viu Dona Maria num canto chorando. Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto coberto de lágrimas.  Clara perguntou a Dona Maria se ela estava alegre ou se tinha se machucado. Dona Maria disse que não, que estava chorando de saudades do filhinho que deixara no Norte. Clara ficou intrigada.
    Novamente foi perguntar a sua mãe que lhe falou que neste caso as lágrimas de Dona Maria eram de tristeza pela falta do filho. Clara foi dormir e mesmo não sabendo sentiu que algo mudava em seu pensamento.
    Clara ia fazer aniversário no sábado e como nunca tinha saído de casa, pediu ao seu pai que a levasse para passear, ela queria sair de casa.
    Seu pai ficou muito preocupado, perguntou a esposa o que achava e ela lhe disse que já estava na hora de Clara conhecer o mundo lá fora.
    Quando o sábado chegou, Clara acordou muito feliz, pois finalmente ela ia sair.
    Seu pai pegou o carro e Clara e sua mãe entraram contentes e animadas.
     Assim que o carro saiu da garagem e tomou a rua, saíram duas lágrimas dos olhos de Clara. Ela sabia que eram lágrimas de alegria, pois estava eufórica com o passeio. Mais adiante o carro parou no primeiro sinal fechado. Clara viu algumas crianças se aproximando correndo do carro. Estavam sujas com as roupas em trapos, pés no chão. Clara correu para o outro lado do carro para ver melhor e esbarrou machucando o braço. Clara então não aguentou e chorou de dor.
    O carro seguiu mais a diante e o pai de Clara resolveu parar em uma praça. Quando saíram do carro, Clara observou mais adiante, um grupo de pessoas sentadas no chão. Eram iguais aquelas crianças que tinha visto no sinal. Uma mulher segurava um bebe no colo e ao lado tinha um velhinho, bem velhinho mesmo.
    Clara não se conteve e de seus olhos escorreram muitas lágrimas. Seu rosto ficou todo molhado e seus olhos vermelhos. Não controlou os soluços que foram ouvidos por seu pai e sua mãe. Clara chorou de emoção e chorou de dor. Ela tinha identificado.
    Mas esse choro, clara não conhecia. Era um sentimento novo que apertava seu coração que amolecia suas forças.
    Mas a mãe de Clara sabia que sua menina, protegida e feliz, estava sentindo o mais nobre dos sentimentos, pois de seus olhos saíam agora lágrimas de compaixão.
    E assim, todos souberam que finalmente Clara crescera e já poderia enfrentar o mundo e deste dia em diante Clara não mais ficou isolada e sozinha, foi para uma escola legal e fez muitas amizades tratando todos com carinho e compreensão, pois já conhecia seus sentimentos que eram lhe apresentados através daquela aguinha que vez por outra escorria de seus olhos.
    FIM.

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    Rana e Ana as gêmeas diferentes.
         Rana e Ana eram irmãs gêmeas. Foram geradas em uma só placenta assim eram iguaizinhas.
    Uma tinha o cabelo pretinho, a outra também.
    Uma tinha a pele clarinha, a outra também.
    Uma tinha duas covinhas, a outra também.
    Uma tinha uma pinta do lado direito da testa, a outra também.
    Uma era chorona, a outra não...
    Ops, mas não eram iguaizinhas?  Parece que não.
         Desde bem pequenininhas que Rana e Ana já mostravam suas diferenças.
    Rana acordava toda hora querendo mamar, Ana era dorminhoca e tinha que ser acordada para que não passasse muito da sua hora de tomar a mamadeira.
    Rana não parava quieta e quando tinha dois anos subiu no berço caindo no chão cortando a testa.
    Ana ficava horas no berço brincando quietinha com seus bichinhos sem reclamar.
         Quando foram para a escola, ficaram na mesma sala e Rana aprontava de montão, mas quem sempre “pagava o pato” era Ana que sempre era confundida com a irmã.
    Ana adorava comer cenoura, Rana se recusava a comer.
    Rana queria assistir as super poderosas e Ana queria ver os bebês Disney. Era uma confusão total.
         A mãe das gêmeas adorava vestir as meninas com roupas iguais e quando iam ao shopping Rana aprontava nas lojas e como nunca ninguém sabia quem era quem, Ana acabava levando bronca também. Ana já não aguentava mais.
         Quando as gêmeas fizeram cinco anos, foi a maior confusão, pois Rana queria festa das super poderosas e Ana queria comemorar no Mac Donald assim, acabaram indo passear na Quinta da Boa Vista, mas até lá deu ti ti ti porque Rana queria pipoca e Ana algodão doce.
    Um belo dia, a mãe das gêmeas deu por falta de Rana. Procurou e verificou que só a Ana estava na sala assistindo televisão.
    - Onde estaria Hana? Perguntou-se.
         A casa estava muito silenciosa e não era de costume a Ana estar assistindo a televisão sossegada, pois sempre a Rana a perturbava querendo trocar de canal.
    Resolveu procurar no quintal e qual foi a surpresa? Lá estava Hana quietinha em um canto e a sua volta cinco gatinhos bem pequenininhos, e o mais curioso, todos do mesmo tamanho e da mesma cor.
    Hana quando viu a mãe gritou alegre:
    - Mãe, vem ver o que achei aqui no quintal. Olha só quantos gatinhos e todos iguaizinhos!
         Ana ouvindo os gritos da irmã foi ver o que estava acontecendo e percebendo o movimento correu para ver os gatinhos também.
         As duas ficaram encantadas, pois eles eram todos do mesmo jeitinho, pequenininhos, amarelinhos e brincavam felizes.
         A mãe das meninas vendo aquilo, não perdeu a oportunidade. Com doçura, mostrou as gêmeas que mesmo sendo iguaizinhos, os gatinhos mostravam suas preferências.
    Um rolava no chão, o outro mordia o sapato de Rana, aquele lá pulava de um lado para o outro, um adiante miava e se coçava. Eles eram iguais, mas diferentes em suas preferências e eles não brigavam.
         Mostrou que elas também eram iguais, mas que não precisavam brigar pelo que gostavam, e, que mesmo tendo nascidas gêmeas idênticas poderiam ter suas preferências. Cortando os cabelos de forma diferente, usando roupas de suas preferências, frequentando lugares que mais lhe agradassem e sendo felizes nas diferenças dentro das semelhanças.
         Rana e Ana entenderam direitinho a lição que a mãe quis ensinar para elas e daquele dia em diante Rana não mais aborreceu Ana e por sua vez, Ana aceitou com mais paciência o jeito agitado de Rana.
    Cada uma respeitando os sentimentos, gostos e preferências uma da outra.
    Ah! Já ia me esquecendo dos gatinhos. As gêmeas os adotaram, mas uns permaneciam lá o tempo todo já os outros preferiam a liberdade da rua indo e vindo quando queriam.
    FIM
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    Tico um menino especial.


    Tico era um menino esperto e agitado. Gostava de fazer tudo e com tudo se envolver... No bom sentido é claro!

    Ele não se metia na vida dos outros, mas adorava se envolver em tudo que via e se interessava.
    Hum! Isso se tornou um problema para ele, pois sua intenção era boa, mas nem sempre compreendida. 

    Tico adorava colaborar com a sua mãe e estava sempre envolvido com a organização da casa.
    Tinha sempre boas ideias e ficava constantemente mudando tudo de lugar, pois era muito criativo. 
    Sua mãe achava legal, mas seu pai sempre achava que tinha entrado na casa errada!

    Na escola Tico procurava se envolver com tudo, sempre interessado e tinha ótimas ideias para os trabalhos de grupo e estratégias novas para os divertimentos e atrações culturais.
    Foi dele a ideia do teatrinho da escola.

    A professora adorava e a direção da escola sempre o solicitava para os novos projetos... Mas, isso provocava em alguns colegas a inveja e o ciúme e Tico volta e meia era humilhado e perseguido por eles.

    Tico às vezes queria ser diferente, queria se controlar mais, para que ele não parecesse exibido.
    Mas era difícil, pois ele era assim, era assim... Cara de pau... No bom sentido é claro!

    Na rua ninguém o segurava, era alegre e estava sempre inventando novas brincadeiras e gincanas. Foi dele a ideia da festa junina da rua.
    Que alegria! Todos adoraram!
    Mas poucos entendiam as suas intenções, sentindo-se chateados por não terem tido a mesma ideia!
    Tico era mal compreendido e às vezes desanimava...
    ...Mas logo se animava! E assim, lá estava ele com novas ideias!

    Tico era amoroso e prestativo, ajudava todo mundo e suas intenções eram sempre as melhores. Saía sempre mais cedo de casa só para acompanhar seu coleguinha até a escola e lhe fazer companhia. Tico era solidário e amoroso com todos.

    Um dia Tico ficou doente e voltou para a sua casa espiritual.
    Tico é muito querido lá.
    Todos estavam com muitas saudades dele.
    Foi uma tristeza só por aqui, pois todos amavam Tico.
    Hoje, Tico é lembrado por tudo que fez para todos e por todos.
    Na escola o novo teatro tem o seu nome.

    Em casa seus pais sempre mudam os moveis de lugar mantendo a casa alegre e diferente assim mantém Tico sempre presente em seus corações.
    Na rua, a festa junina ficou mais alegre, pois todos sabem que Tico adorava organizá-la. Então, capricham!

    Aqueles colegas que o invejavam e tinham ciúmes dele compreenderam que a vida é rica em vida e que Tico vivia intensamente seu desejo de melhorar e manter acesa a chama do trabalho, da participação, da solidariedade e da alegria de viver.

    Tico era um menino feliz!

    Hoje Tico está trabalhando no plano espiritual e já que ele é um espírito especial não perdeu a mania de inovar, transformar e experimentar novos meios de melhorar...

    E vou contar um segredo para vocês...
    ...Tico está botando o mundo espiritual de cabeça para baixo!
    No bom sentido é claro!

    E Tico continua um menino muito feliz!

    FIM.

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    Silvio o sapo pula pula.
    Silvio é um sapo grande e forte embora ainda seja filhote.
    Ele pula como todo sapo seja para pegar um inseto ou para ir de pedra em pedra para o outro lado da lagoa.
     Silvio tem uma particularidade, ele pula sem parar, mas mesmo assim, isso não seria nada de mais se Silvio não pulasse também por tudo.
    Quando vai brincar com seus amiguinhos, logo se chateia e pula fora.
    Quando é chamado para um aniversário de algum bichinho, fica apressado e pula os parabéns comendo logo o bolo confeitado que foi feito com muito capricho pela mamãe do aniversariante.
    E quando vai tomar banho na lagoa então? Pula pra cá e pra lá molhando todo mundo e nem espera acabar a brincadeira, pula da água e vai embora.
    Quando está na escola não tem lugar que o sossegue, fica pulando de carteira em carteira atrapalhando a aula e deixando dona Maria sapa a professora, desesperada.
    Silvio pula no sofá e não deixa a sua mãe ver a novela, pega o controle e fica pulando de canal em canal.
    E como não podia deixar de ser, Silvio cresceu, ficou adolescente e gamou numa sapinha.
    A sapinha de seus sonhos se chama Bernadete que mora perto da lagoa numa pedra bem bonita.
    Silvio pediu Bernadete em namoro e ela aceitou, mas ele não queria namoro sério, assim, visitava Bernadete dava uns beijinhos nela e logo pulava fora para beijar outras sapinhas.
    Um dia Silvio teve uma surpresa. Encontrou Bernadete nos braços de outro sapinho.
    Seu coração ficou partido, e pulou tristonho. Depois de muito pensar, Silvio resolveu falar com a sapinha Bernadete:
    – Bernadete, você não é minha namorada? Por que está beijando esse sapinho? Perguntou Silvio aborrecido.
     – Ora Silvio! Você não gosta de pular aqui e ali? Então? Agora namoro o Betão que também gosta de pular, mas junto comigo. Falou Bernadete.
    Silvio aprendeu a lição, pois se gostamos e respeitamos nossos companheiros precisamos ser pacientes e cuidadosos, e quando estamos cansados, entediados ou chateados com alguma coisa devemos conversar e educadamente explicar nossas necessidades e não pular daqui para ali fugindo do que não queremos encarar.
    A pressa e a inconstância demonstra insegurança e infantilidade.
    Silvio desde então passou a pular só nas horas certas.
    Silvio perdeu Bernadete, mas aprendeu a lição.                        
    FIM


    @@@@@@@@@@@@@@@
    Amigos queridos,todas as historinhas foram feitas para todas as crianças e em especial para o meu netinho amado, mas esta foi feita da vivência dele e por um pedido que ele me fez no telefone "Vovó, faz uma historinha do peixinho e do polvo?" Então, sabendo desse amiguinho do meu netinho que faz exatamente isso toda vez que ele chega na escola...Dá um abração no meu netinho e eles são muito amigos, criamos com a ajuda do Pai amado que sempre nos atende essa historinha... 

    O peixinho Edinho e o polvo Gabriel.
               História de Vovó Valéria para seu amado netinho Edinho.



    Existe uma praia muito bonita lá pelas bandas de Saquarema. Esta praia é muito agitada porque lá é “mar aberto”.
    Lá mora Edinho, um peixinho azulzinho, meigo e muito fofinho, mas não é pequenininho não! É forte como um peixão.
    Lá também mora Gabriel um polvo amarelinho, carinhoso, esperto e agitado, mas não é bagunceiro não! Ele é amigo e valente.
    Os dois são amigos queridos. Brincam nas águas divertindo-se muito.
    Eles brincam de esconde-esconde nas pedras, brincam de pega pega com os outros amiguinhos do mar, brincam de colocar a cabeça para fora d’água, mas só um pouquinho, para não ficarem sem ar.
    Os dois se adoram, mas eles têm um probleminha: Toda vez que se encontram o polvo Gabriel nada correndo em direção ao peixinho Edinho para dar-lhe um abração. O polvo Gabriel é assim, muito carinhoso e sempre recebe seu amiguinho com um forte abraço. O peixinho Edinho embora não seja pequenininho, tem só duas nadadeiras e o polvo Gabriel tem muitos tentáculos.
    Quando se abraçam, o peixinho Edinho é tomado por aquele abração que quase o sufoca e quem olha pergunta: - Cadê o peixinho Edinho?
    Mas eles se amam muito, o polvo Gabriel toma conta e protege seu amigo Edinho e o peixinho Edinho é fiel e companheiro do polvo Gabriel.
    Essa amizade começou lá no maternal da escolinha corujinha do mar de Saquarema e com certeza vai se prolongar para o resto da vida deles, pois amizade é assim: Uns tomam conta e protegem, outros ajudam e compartilham, uns dividem e orientam, outros escutam e se disponibilizam. Amizade é amor, amor que levamos dessa para a outra vida.
    O polvo Gabriel ama seu amiguinho peixinho Edinho e o peixinho Edinho ama seu amiguinho polvo Gabriel.
    AH! Já ia me esquecendo, No mar de Saquarema também mora um tubarão malvado chamado Zezão e quando o tubarão Zezão se aproxima, os dois correm juntos, pois mesmo fortes e valentes quem pode com o TUBARÃO?
    FIM
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    Quem tem medo dos legumes?



    Dona cenoura estava muito brava. Chegou resmungando no encontro da convenção dos legumes daquele ano.
    - Poxa!  Eu nem cheguei perto daquele garotinho e ele saiu correndo. Será que sou tão feia assim? Disse irritada.
    O senhor pepino, um distinto cavalheiro, ouvindo aquilo não se calou.
    - Que isso dona cenoura, olha para mim, sou lisinho, sempre em forma e minha aparência é das melhores, mas é só eu tentar chegar perto de alguma criança que elas saem apavoradas.
    - Deixa disso, senhor pepino! Disse o chuchu. Correr não é problema, pior é ser desprezado quando te veem e ainda por cima falam que sou “sem graça”.
    A Senhora berinjela que há anos preside a reunião bateu o martelo e pediu silêncio.
    - Senhoras e senhores, vamos ficar calmos! O assunto é muito importante e devemos nos concentrar nele. 
    O assistente da senhora berinjela, o rabanete, assinalou com calma os pontos que precisavam ser discutidos e começou a falar:
    - Companheiros queridos, hoje precisaremos tomar uma decisão muito importante. Precisamos mostrar para as crianças e para os adolescentes que somos do bem e que não precisam ter medo de nós.
    Dona abóbora levantou a mão e pediu a palavra.
    - Tenho urgência, pois não aguento mais ser a lanterna dos horrores na festa das bruxas. Não quero mais ser decoração do pavor. Falou com tristeza.
    - E quando nos juntamos então? Formamos uma simpática saladinha, mas a garotada sai correndo apavorada.  Disse a batata em couro com a cenoura.
    - Se nos juntamos numa agradável sopinha? Forma um pânico geral, as crianças gritam, esperneiam, tem pesadelos. Parece até filme de terror! Somos zumbis devoradores. E nem estou falando na fama que tenho de provocar puns fedorentos. Falou o repolho.
    O senhor quiabo até contou-me que ouviu dizer que era um personagem de pesadelos daqueles escorregadios que ninguém consegue destruir.
    - O que faremos? Gritaram todos numa só voz.
    E a convenção estava tumultuada, os legumes não se entendiam e a barulheira era assim de “assustar”.
    Passando por lá, Mabel uma garotinha esperta e corada ouviu a confusão e resolveu espiar. Ficou encantada com o que via naquele salão que ficou colorido com todos aqueles personagens.
    Eram vários legumes com suas cores fortes num movimento frenético onde parecia uma dança de formas e cores.
    As cenouras com sua cor alaranjada, os tomates vermelhinhos, os chuchus verdinhos claros, os rabanetes branquinhos, as berinjelas roxinhas e as beterrabas então? Estavam vestidas de vinho numa cor forte e atrativa.
    Adorou o que viu e resolveu entrar.
    Foi um susto geral! Um corre-corre total. Aquela criatura ali! - O que queria? Perguntou a abóbora apavorada. - Veio acabar com a gente! Falou o nabo nervoso.
    O inhame tirou a roupa e escorregadio foi descendo para baixo da cadeira. Queria se esconder.  E corre daqui, corre dali, esconde mais adiante. E, vendo aquilo, Mabel começou a rir e sem conseguir se controlar, suas gargalhadas chamaram a atenção do Senhor Rabanete que cochichou no ouvido de Dona berinjela uma ideia que teve. Dona berinjela bateu o martelo com toda a força chamando a atenção dos companheiros e de Mabel que ficaram em silêncio olhando para o palco.
    Então, Dona berinjela falou com calma!
    Senhores e senhoras leguminosos. Calma!
    Temos uma curiosa visitante e devemos ser educados com ela. E todos olharam para Mabel que ficou mais corada ainda.
    Dona berinjela convidou Mabel para participar da convenção e explicou-lhe toda a pauta e os objetivos da reunião e sua discussão.
    Mabel então explicou que o “medo” na verdade era porque os achavam “feios” assim temendo os seus sabores. Todas as guloseimas que as crianças gostavam estavam sempre “vestidos” de cores com pacotes atrativos, bonitos e sempre eram apresentados associados a super-heróis, princesas e personagens que as crianças gostavam. E, que eles, os legumes eram “despidos”, assim não chamavam a atenção. No mercado, ficavam todos juntos, mas em compartimentos separados, onde só os adultos gostavam de ir. E, quando iam para o prato, não agradavam aos olhos. Ela disse que nunca havia reparado na beleza deles até aquele momento, assim nunca tivera vontade de saboreá-los.
    - É isso! Disse o repolho. Precisamos de criatividade!
    Mabel que não era boba nem nada foi falando que os Japoneses gostam de legumes, pois seus pratos são coloridos e tinham formas bonitas, todos com muitos legumes.  Aí, falou a cenoura malcriada.
    - Então vamos todos para o Japão!
    - Não é preciso ser radical. Vou ajudar vocês! Disse Mabel animada.
    Assim, Mabel tirou várias fotos dos legumes. Convocou toda a garotada do bairro e do colégio, montaram pratos coloridos e bonitos, colocaram na internet, fizeram propagandas nos mercados no bairro enfeitando as bancas dos legumes com cartazes de personagens variados e atrativos e aproveitou para fazer um concurso de receitas com vários legumes.
    Foi um sucesso! As crianças e os adolescentes provaram as receitas, aprovaram e começaram a comer os legumes diariamente.
    Dona abóbora ficou feliz em representar no Halloween, pois depois virava um delicioso caldo de abóbora.
    E, na convenção do ano seguinte, não só apareceram os legumes, mas todas as crianças do bairro que estavam saudáveis e coradas, fortes e espertas e muito felizes. Mas, houve uma pequena confusão no último encontro. Joãozinho, o distraído da turma tropeçou no pepino caindo de boca no tomate. No final, foi feita uma maravilhosa sopa onde todos saborearam com alegria.
    FIM



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    A história de Zé chulé.



    Zé chulé é um menino muito esperto.
    Mora com a mãe na Comunidade do Pé Alto no Morro da Santa Cruz.
    A mãe de Zé chulé é faxineira e trabalha muito.
    Zé chulé ganhou esse apelido por sempre usar a mesma meia, mas na verdade ele não tem chulé. Sua mãe é bastante cuidadosa com ele e seu uniforme está sempre limpinho. Ele não se importa com o apelido porque lá onde mora quase todo mundo tem apelido. Tem Zé da pipa, Manuel do açougue, Claudinho gordinho, Beto bambu, Maria meleca e por aí vai...
    Zé chulé sonha em crescer, trabalhar e poder dar tudo que a mãe merece.
    Zé chulé estuda pela manhã na escola pública do bairro e a tarde desce o morro e vende balas para ajudar em casa.
    Ele sabe que a mãe trabalha muito para que possam ter uma vida digna e assim, procura não decepcioná-la.
    Zé chulé tem muitos amigos, mas quase todos não gostam de estudar e passam a maior parte do tempo perambulando pelo morro fazendo o que não deve.
    Zé chulé não tem pai, ele morreu atropelado quando voltava para casa. O pai de Zé chulé era alcoólatra e sempre ficava caído pelas calçadas.
    Zé chulé foi muitas vezes com sua mãe buscar seu pai pelas ruas e não gostava de ver o sofrimento dela. Zé chulé sempre rezava para que o pai parasse de beber, mas ele não parou.
    Um dia a mãe de Zé chulé ficou doente e não podia mais trabalhar nas faxinas. Ele ficou muito triste e pensativo;
    - O que fazer? Perguntava-se. Queria ajudar de alguma forma, pois o que ganhava com as balas era muito pouco.
    - Já tenho 13 anos já posso trabalhar. Dizia.
    A vizinhança toda ficou com pena da mãe de Zé chulé e se organizou para ajudar.
    Uns deram roupas, outros arrecadaram alimentos, outro grupo passou uma lista para pagar a conta de luz que estava atrasada e comprar o gás. Todos sabiam que a mãe de Zé chulé era boa e trabalhadeira e que estava doente precisando de ajuda.
    Uma comunidade deve sempre se ajudar.
    Zé chulé teve uma ideia, foi procurar a associação de moradores da comunidade, pois quem sabe não conseguiria um trabalho melhor que pudesse ajudar mais a sua mãe?
    Seu Joaquim dono da farmácia sabendo disso e sensibilizado com a história de Zé chulé, ofereceu um trabalho de entregador para a parte da tarde. Zé chulé aceitou no ato.
     Zé chulé foi trabalhando, estudando e ajudando a mãe que com o tratamento ficou boa e foi convidada também para trabalhar na farmácia como balconista.
    A vida de Zé que agora não é mais chulé foi melhorando.
    Zé aprendeu que com solidariedade as pessoas conseguem melhorar. Aprendeu que todos devem se ajudar, que somos vizinhos de casas e companheiros de luta.
    Zé gosta muito de morar na comunidade do Pé Alto no Morro da Santa Cruz. Lá também tem violência e tráfico, mas também tem gente honesta e boa.
    Zé é feliz por fazer parte do grupo que vive e luta honestamente.
    Zé e sua mãe conseguiram superar as adversidades com a ajuda dos amigos e vizinhos. Eles se amam muito.
    FIM
    %%%%%%%%%%%%%%

    CONTA QUE EU CONTO.

    Conta que eu Conto.
    Seu conto me encanta.
    Encanta-me porque canta,
    Na voz mansa e santa.

    Conta que eu Conto.
    Seu conto me espanta.
    Espanta-me porque é forte,
    Na voz de toda a sorte.

    Conta que eu Conto.
    Seu conto me alegra.
    Alegra-me porque me embala,
    Na voz que canta e fala.

    Conta que eu Conto.
    Seu conto guardo aqui dentro.
    Guardo aqui dentro na imaginação,
    Na voz do meu coração.

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    O encontro das diferenças na igualdade dos sentimentos.

    Naquela Savana nasceu a girafa alta, esbelta e altiva. Ela era feliz com sua família, mas nem crescera ainda foi arrematada para aquele lugar frio, estreito e solitário. Apenas a satisfação em comer as folhas da árvore amiga a animava. Só tinha uma coisa sua amiga nunca conversava com ela. Era muda, mudinha só se balançava ao sabor do vento. E ela falava, falava e sua amiga árvore só ouvia, ouvia não dizia nem que sim, nem que não. Essa era a vida da girafa.
    Naquela selva nasceu o hipopótamo, baixo, gordo e tímido. Ele era feliz com sua família, mas nem crescera ainda foi arrematado para aquele lugar frio, estreito e solitário. Apenas a satisfação em mergulhar seu corpo naquela água amiga daquele laguinho o animava. Só tinha uma coisa, sua amiga nunca conversava com ele. Era muda, mudinha só balançava ao sabor dos seus movimentos. E ele falava, falava e sua amiga água só ouvia, ouvia e não dizia nem que sim, nem que não. Era essa a vida do hipopótamo.
    Naquela floresta nasceu a cobra, fina, comprida e rastejante. Ela era feliz com sua família, mas nem crescera ainda foi arrematada para aquele lugar frio, estreito e solitário. Apenas a satisfação em se enroscar no amigo tronco alto e largo daquele lugar a animava. Só tinha uma coisa, seu amigo nunca conversava com ela. Era mudo, mudinho só ficava paradinho olhando para o céu. E ela falava, falava e seu amigo tronco só ouvia, ouvia e não dizia nem que sim, nem que não. Era essa a vida da cobra.
    Certo dia a girafa se cansou de comer aquelas folhas e de falar, falar e a sua amiga árvore escutar, escutar e não dizer nada. A girafa resolveu mudar seu rumo e virar para o outro lado.
    Neste dia o hipopótamo também acordou entediado e ficou cansado de mergulhar e falar, falar e a sua amiga água escutar, escutar e não dizer nada. O hipopótamo resolveu mudar seu rumo e virar para o outro lado.
    No mesmo dia a cobra acordou amuada e ao se enroscar no tronco se chateou de falar, falar e seu amigo tronco só escutar, escutar e não dizer nada. A cobra resolveu mudar seu rumo e virar para o outro lado.
    E quanta surpresa! A girafa deu de cara com o hipopótamo que também deu de cara com a cobra que deu de cara com a girafa e os três falaram um oi sonoro, alto e ao mesmo tempo e foi tanta conversação. A girafa falava, falava e o hipopótamo respondia, respondia.  A cobra perguntava, perguntava e a girafa explicava, explicava. 
    A girafa que era alta se abaixou para conversar com o hipopótamo e o hipopótamo que era gordo se agachou para responder para a cobra e os três ficaram amigos, felizes e conversaram até se cansar. Depois disso, a girafa foi contar para sua amiga árvore que ouvia, ouvia e não respondia nada, o  hipopótamo foi falar com a água que escutava, escutava e não falava nada e a cobra foi dizer a sua novidade ao tronco que ouvia, ouvia e nada respondia. Então os três num mesmo pensamento imaginaram: 
    SERIA CIÚMES?      FIM


    ###########################################





    Súplica do meu coração.


    Estrelinha brilha, brilha
    Brilha no céu encantado
    Leva meu beijo querido
    Ao meu amor adorado.

    Lá no céu brilhante e claro
    Brilha a estrelinha encantada
    Ilumina o amor adormecido
    De olhos fechados ao meu lado.

     A estrelinha luminosa e bela
     Guarda meu amor adorado
    Esse amor que vive ao meu lado
    Iluminado pelo brilho dela

    Estrelinha brilha, brilha
    Brilha em meu coração
    Guarde o meu amor nesta ilha
    De amor, felicidade e emoção.

    Se você um dia se apagar
    Estrelinha meu amor acordará
    E desta ilha que guardo aqui dentro
    Meu amor escapará.

    Portanto estrelinha amiga
    De sua luz dependo com ardor
    Sou grata por ter em você
    A guardiã do meu amor.

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     A História da gaga Maria. (cordel improvisado).

    Naquele vale morava Maria jovem solitária e bela, 
    mas o que incomodava Maria era a gagueira dela. 
    Isso a afastava de todos, pois seu pai a isolava. 
    Tinham vergonha da filha que apesar de bela mal falava.
    Os vizinhos sempre curiosos iam e vinha querendo ver Maria. 
    Mas, seus pais zelosos guardavam a jovem dos atrevidos. 
    Maria não se conformava, queria sair, passear. 
    Queria ver as campinas e sentir as águas do mar. 
    Vez por outra escapava para o jardim, mas logo era descoberta. 
    Seus pais lhe diziam tristonhos:
    - Maria seu lugar é aqui em sua casa querida, 
    que te protegerá de pessoa esquisita. 
    Maria ficava a pensar
     esquisita sou eu que não falo uma palavra completa, 
    nem consigo me comunicar!
    Um dia aproximou-se um moço. 
    Não vinha de carro, de carroça, nem a cavalo. 
    Vinha a pé, devagar e sem pressa olhando para todo o lugar. 
    Diziam lá por onde morava, que ali existia um mistério. 
    Uma moça bonita e formosa
     presa em um castelo. 
    Procurou, procurou o tal castelo e nunca avistara nenhum. 
    Andou léguas sem parar e de tão cansado resolveu repousar.
    Os pais de Maria assustados deram para desesperar. 
    Perguntavam um para o outro.
    - O que aquele rapaz queria ali a espreitar?
    Maria inquieta e curiosa correu para a janela a olhar
     e quanto mais o moço vinha, mais curiosidade tinha.
    Foi um corre corre danado
     a mãe de Maria por um lado
     e o pai de Maria por outro lado. 
    Queriam fechar as portas e as janelas a cadeado. 
    Não queriam que o moço visse que tinha algo errado. 
    Mas não teve jeito, 
    o moço logo chegou
     e não houve tempo para todos
     os cadeados se pôr. 
    Bateu na porta cansado, queria um pouco d’água
     e naquele corre corre
     Maria saiu pelo outro lado
     e atrás do moço chegou. 
    E de repente, 
    o moço viu postar-se ao seu lado
     aquela figura miúda e bela, esbelta e com o rosto corado.  
    – Quem é você bela moça? 
    Cheguei aqui muito cansado. 
    Procuro por uma garota, mas acho que está ao meu lado. 
    Não vejo nenhum castelo, mas vejo uma princesa dourada
     com seus cabelos compridos e a pele aveludada.
    - Me me cha cha chamo Ma Ma Maria e mo mo moro a a aqui de des deste la la ladodo. O moço ouviu aquele som repetido
     não estranhou nem ficou espantado, 
    pois que na verdade ele ficou  foiencantado.
    - Maria! Como és bela!
     Sua voz parece uma música, 
    música numa batida calma para meus ouvidos cansados. 
    Fala mais Maria, quero ouvir sua música.
     – O o que que vo vo você que que quer a a aqui? Falou Maria animada.
    - Quero você bela moça,
     para minha namorada.
    Maria vendo aquele moço alto e belo, 
    num sorriso gritou bem alto.
    - Mamãe, papai, acho que estou curada!
    E os dois enamorados após um ano se casaram
     e quando Maria foi ter neném, 
    olha que engraçado 
    vieram três bebezinhos encantados!
    Então o mistério acabou e felizes, 
    os pais de Maria finalmente abriu a casa e apresentou a sua família.
    E os vizinhos vinham a todo instante. 
    Não olhavam mais para Maria. 
    Só queriam ver os bebês. 
    E cada um que olhava dizia:
    – Que família interessante!
    FIM.


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    Leca. A menina que tirava meleca. Eca !

    Leca é uma menininha bonitinha e magrinha. Não gosta de comer quase nada. Sua maior distração é tirar meleca. Eca!
    Sua mãe diz:
    - Tira o dedo do nariz Leca!
    Seu pai recomenda:
    - Não é educado ficar com o dedo no nariz Leca.
    Sua avó resmunga:
    - Que menininha porquinha! Eca!
    Seu cão late:
    - Au!
    Seu gatinho responde:
    - Miau!
    Na escola Leca vai passando e lá está o dedinho no nariz. A escola toda grita.
     – Eeecaaa!
    E lá vai Leca sem se importar.
    Leca adora ver televisão e seu desenho favorito é aquele que tem três menininhos e um deles vive com o dedo no nariz. Vocês sabem qual é? Nem eu, pois deve ser uma eca!
    Um dia Leca se distraiu e colocou o dedinho na boca. Sentiu um gosto assim meio salgadinho. Será que era meleca? Eca!
    Leca disfarçou e limpou o dedinho no vestidinho rosa. Olhou para um lado, olhou para o outro e viu que o seu avô estava ali e viu tudo. Falando logo a seguir:
    - O que você achou do gosto da meleca, Leca?
    E a Leca respondeu:
    - Achei nojento vovô.
     O vovô de Leca aproveitou o momento e disse:
     - Claro Leca, meleca não é para comer. É a sujeirinha que nosso nariz segura para que não vá para o nosso pulmão. Podemos e devemos tirar, mas não devemos ficar o tempo todo retirando não. Tirar a nossa meleca faz parte da nossa higiene e todos nós fazemos isso, assim como o banho e o escovar os dentes, mas, precisamos nos reservar para isso, pois é um momento íntimo, só nosso. Disse o avô de Leca com carinho.
    - Eu sei vovô, me distrai e coloquei o dedo na boca. Respondeu Leca sem graça.
    - É o que acontece, quando fazemos coisas sem percebermos e que se tornam costumeiras. Podemos nos distrair. Disse o velhinho dando risadas.
    Leca ficou toda vermelhinha de vergonha e foi correndo lavar as mãos.
    Daí por diante, passou a prestar mais a atenção e não colocar mais o dedinho a todo instante no nariz. Vai que fica famosa por comer meleca. Eeeecaaa!

    TIRAR MELECA É NORMAL, MAS COMER MELECA... EEECAAA!

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    Mara não quer mudar.

    Em um bairro calmo e simples mora uma menina de nome Mara. Ela adora o lugar e principalmente a rua onde fica a sua casa. Mara mora com seus avós e seus pais.
    Mara estuda bem pertinho numa escolinha do bairro. A sua turminha é quase toda a mesma, desde o maternal. Todos são unidos e adoram a escola.
    Mara acorda bem cedinho todos os dias, toma café da manhã, escova os dentes e vai para o quintal. A mãe de Mara cuida do jardim com muito carinho e ela adora ajudar. Mara ama as flores, os pássaros e seu cachorrinho Tião. Mara é muito feliz e nem se importa de não ter irmãos, pois nunca se sente sozinha.
    Num belo dia, seu pai chegou em casa dizendo que iriam mudar de casa, pois foi transferido para outra cidade. Mara ficou com muito medo e começou a chorar.
    - Mudar não! Dizia aos soluços.
    - Como vou ficar longe de meus amiguinhos? Da minha escola? Da minha casa? Do meu jardim? Continuava falando quase sem voz.
    O pai de Mara que não tinha visto que ela estava por perto, foi ao seu encontro tentando consolar a filha que chorava muito.
    - Calma minha filha! Dizia com carinho.
    -Você não vai perder nada, Seus avós irão continuar morando aqui e você poderá vir nas férias visitar todos os seus amiguinhos e matar a saudade. E continuava argumentando com paciência.
    - Lá você vai fazer novos amigos e vamos morar em uma casinha como esta com quintal. Até poderemos levar o Tião. Você vai ver. Dizia o pai de Mara.
    Mara não se conformava, não queria sair dali de jeito nenhum. Mas, não teve jeito e um mês depois eles estavam indo rumo à outra cidade. Mara não se conformava e já tinha raiva daquele novo lugar.
    Realmente o lugar também era calmo, as casas da rua também eram simples e alegres e havia um colégio próximo. Só, que Mara não mudava de opinião e só foi visitar a escola, porque a mãe obrigou. Ela detestava tudo aquilo! Pensava com raiva.
    Logo no primeiro final de semana sua mãe começou a cuidar do jardim colocando muitas flores, bebedouros para os pássaros e o pai de Mara comprou uma linda casinha para o Tião.
    Mara chorava todos os dias de saudades dos avós, da turminha, das tias do colégio e da sua vidinha que deixara para trás. Ela se sentia tão infeliz!
    E assim foram passando os dias. Nos primeiros dias da nova escola, Mara estava fechada para qualquer novidade e se recusava a brincar, falar e até mesmo frequentar o recreio. Mara resistia às mudanças. Assim era a vida de Mara, triste e infeliz. Mara não percebia que lá também era possível ser feliz, era só dar uma chance para o novo.
    Todos os dias, Mara acordava e ligava a televisão, não ia ajudar a sua mãe no jardim. Dizia que aquele não era o seu jardim e seus dias eram dormir, acordar, comer, ir para a escola e ver televisão. Que chato!
    Numa manhã, a mãe de Mara como de costume, foi cuidar do jardim e descuidou do portão que Tião logo percebeu e como um raio fugiu para a rua. Mara ouvindo a confusão foi ver o que estava acontecendo. Correu para a rua e disparou atrás de Tião que parou um pouco adiante de fronte de um portão de ferro pintado de azul. Mara chamando Tião parou em seguida e viu que tinha um menino do lado de dentro e também um cachorrinho branco peludo. Tião ficou cheirando e abanando o rabo. Mara perguntou:
    - Quem é você?
    - Me chamo Julinho e somos da mesma sala na escola, não me reconhece? Perguntou Julinho.
    - Me desculpe, não percebi. Respondeu Mara envergonhada.
    - Você é a garota nova que não fala com ninguém e também não vai ao recreio. Você é a Mara. Eu te reconheci. Seu cachorro é muito bonito e parece que gostou da minha joli. Disse Julinho sorrindo.
    - É. Respondeu Mara sem graça.
    - Vamos brincar? Perguntou Julinho.
    - Tá bom. Respondeu Mara.
    E os dois brincaram, brincaram, até quase na hora de irem para a escola. A mãe de Mara e a mãe de Julinho também se conheceram e foram juntas levar os dois. Ficaram amigas.
    Julinho puxou Mara para o recreio naquele dia e Mara começou a brincar com os amiguinhos da turma. Descobriu que a maioria morava perto dela e que poderiam brincar sempre.
    No dia seguinte, Mara acordou feliz, tomou café, escovou os dentes e foi para o quintal ajudar a mãe no cuidado com o jardim. Percebeu que lá tinham muitos passarinhos, flores, árvores com frutas deliciosas. Mara estava feliz. Foi se encontrar com Julinho que estava no quintal de casa com alguns amiguinhos. Mara brincou muito. Mara estava radiante. Não tinha mais tantas saudades da antiga casa. Lembrava-se dos amiguinhos com carinho e sabia que nas férias iria encontrar todos eles e também rever os avós que adorava muito. Mara enfim percebeu que a felicidade está em todos os lugares, bastava dar oportunidade para perceber, construir e desfrutar. Mudar não era tão ruim assim. Conhecer outras pessoas era ótimo!
    Agora Mara é feliz, ama sua nova casa, sua nova rua, seu novo bairro, sua nova escola, seus novos amigos. E em todas as férias, retorna para matar a saudade do antigo lugar em que morou.  Os anos foram passando e entre muitas mudanças, Mara aprendeu a se adaptar e a encontrar o que de bom o novo trás.
    Hoje, Mara vai para a faculdade em outra cidade e da janela do ônibus, dá adeus aos pais. Coloca os fones nos ouvidos e cantarola sua música preferida.
    FIM.

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    A estrelinha Amor

    Era uma vez uma estrelinha chamada Amor. Ela morava lá no céu com sua mãe Dona Estrelona. Estrelinha Amor estava chateada, pois ficava todo dia lá de cima observando as pessoas da Terra sem poder chegar perto. Sua mãe sempre lhe dizia que os eu lugar era no céu e que descer era perigoso porque as pessoas não eram boas. Mas, estrelinha não se conformava e queria ver de perto tudo que observava lá de longe.
    Um dia, de tanto ela insistir, sua mãe Estrelona resolveu deixar que ela descesse até a Terra e lhe recomendou:
    - Cuidado estrelinha, seja cautelosa com os humanos!
    Estrelinha Amor então desceu feliz da vida. Estava olhando agora, bem de pertinho e percebeu um velhinho andando na calçada triste e com medo. Ele tremia e parecia tonto. Estrelinha ficou com pena do velhinho e vendo que do outro lado da calçada estava uma moça distraída olhando uma vitrine, estrelinha Amor chegou perto dela e PIMMMMMMMMMM...
    A moça sentiu uma vontade de olhar para o lado e viu o velhinho do outro lado da calçada, resolve ir lá e perguntou ao velhinho:
    - O que o senhor tem? Precisa de ajuda?
    Ele respondeu:
    - Estou perdido! Saí para comprar pão e me perdi, sinto-me tonto e não me lembro de onde vim nem onde moro.
    A moça então resolveu andar um pouco com ele perguntando se alguém o conhecia. Um senhor conhecia o velhinho e ajudou a moça a levar o velhinho até em casa. Todos ficaram contentes e o velhinho aliviado. Estrelinha Amor ficou muito feliz e continuou a sua caminhada. Mais adiante, ela viu uma menininha sentada na escada de uma escola, triste e chorando. Estrelinha Amor percebeu que no pátio do colégio tinham três crianças brincando, então resolveu se aproximar e PIMMMMMMM, PIMMMMMMM e PIMMMMM e as três crianças olharam para o lado e viram a menininha chorando e foram perguntar o que estava acontecendo. Ela então falou:
    - Estou chorando porque não tenho amiguinhos, fico sozinha na hora do recreio e ninguém quer brincar comigo. As três crianças então chamaram a menina para brincar ela demonstrou ser alegre e divertida surpreendendo os três novos amiguinhos. Eles brincaram muito. Estrelinha Amor adorou o que viu e seguiu adiante.
    Andando mais um pouco, estrelinha Amor viu um cachorrinho filhote trêmulo, acuado e choramingando, percebeu que ele estava sozinho, com medo e com fome. Avistou um casal que vinha distraidamente pela calçada em sua direção. Estrelinha Amor não perdeu tempo aproximou-se do casal e PIMMMMMM, PIMMMMMM e ao passar pelo cachorrinho, eles olharam para o pobrezinho com carinho e a moça falou para o companheiro:
     - Querido, que lindo esse cachorrinho, tadinho dele, vamos leva-lo para casa? Vamos cuidar dele? E o moço gostou da ideia. Pegaram o cachorrinho com cuidado e seguiram seu caminho. Estrelinha Amor ficou eufórica. Estava convencida que os humanos não eram tão assustadores assim como sempre ouvia falar e saiu cantarolando. Sua mamãe Dona Estrelona, que tudo assistia, pois como toda mamãe, cuidava de sua filhinha olhando de longe tudo que acontecia. Aproximou-se de estrelinha Amor, pegou em sua mão e foram em direção ao céu dizendo feliz:
      - Estrelinha Amor, você tinha razão e acho que podemos fazer mais. Tive uma ideia, vamos falar com as outras estrelas que podemos descer espalhando o amor em todos os lugares. E então daquele momento em diante em todo canto do Planeta só se ouvia... PIMMMMMMM, PIMMMMMMM, PIMMMMM, PIMMMMM...

    FIM


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    Edinho escrevi esta historinha para você. espero que goste.



    Meu irmãozinho está chegando!


    Nuno é um menino esperto de sete anos de idade. Filho único. Bom, até ficar sabendo que um irmãozinho estava a caminho. E agora? Tudo era dele, exclusivamente dele. Mamãe, papai, vovós, bisavós, casa, quarto, brinquedos. Tudo, tudinho só dele. Até seu macaquinho de estimação, de pelúcia é claro! Não precisava dividir nadinha com ninguém, ou melhor, dividia por pouco tempo quando algum amiguinho ia brincar com ele. Nuno adorava receber amiguinhos e dividia seus brinquedinhos com alegria, mas ele sabia que era por aquele momento e que tudo voltava para ele depois.
    Nuno pensava:
    - E agora? Lá vem aquele bebê sem dentes e chorão pedindo tempo e atenção de todos. E eu? Como fico? Nuno estava encafifado com isso. E continuava com seus pensamentos:
    - Ainda nem nasceu e lá estão mamãe e papai as voltas com médico, remédio, exames, “mexeu” ouvia seu pai falar contente. “Precisamos comprar os móveis para arrumar o quarto” escutava sua mãe dizendo. E tudo agora era para ele. Sim, ele, pois no exame o médico disse que era um menino. Um irmão.
    Nuno ficava olhando seu quarto e pensava:
    - Vou perder aquele espaço ali para o berço. Meus brinquedos vão estragar. Nuno não estava muito contente não. Tinha ciúmes daquele garoto que nem tinha chegado ainda.
    Na escola e em todo lugar só ouvia perguntas do tipo:
    - Quando o irmão ia chegar? Se ele estava feliz com o irmãozinho? Se seu pai e sua mãe estavam contentes? Estas coisas todas. Não queriam saber nada dele, só daquela criaturazinha. Era o assunto geral! Nuno tampava o ouvido com as mãozinhas para não escutar tudo aquilo.
    – Ai, ai dizia Nuno... E agora?
    Um dia Nuno foi dormir com a cabeça cheia de caraminholas e quietinho na cama abraçado com seu macaquinho chorou baixinho. Vendo isso o anjinho da guarda de Nuno, sensibilizado com o que via, beijou a testa de seu pupilo ajudando Nuno a adormecer.
    De repente, Nuno se viu cercado de brinquedos por toda parte e sentado ao seu lado um garotinho sorridente na boca quase desdentada olhava para ele. Seu quarto estava claro, colorido e alegre. A casa transpirava agitação, mas uma agitação boa e feliz. Nuno sentiu-se bem naquele ambiente e a cada momento que era solicitado a dar atenção àquela criaturinha seu coração batia forte de contentamento e amor. Era Nu Nu prá cá, risada prá lá. E que cheirinho é esse? Alguém fez cocô. Chama a mamãe! Depois, se viu jogando videogame, passeando, conversando e indo para a escola junto daquele ser parecido com ele que a cada dia crescia e se tornava seu companheiro e amigo.
    Amanheceu Nuno acordou e soube que tudo foi um sonho, um sonho bom, mas que poderia ser real. Assim, Nuno começou a perceber a alegria que era dividir tudo que tinha por momentos como aqueles porque na verdade não perderia nada e sim ganharia muito mais. O amor é pleno, cabe para todo mundo. Nuno acordou leve e feliz e correndo ao encontro dos seus pais gritava contente.
    - Meu irmãozinho está chegando!

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    A foca fofoqueira - Trabalhando o Ff

    Era uma vez uma foca fofoqueira, fogosa e faceira. Fazia mil folias nas festas da família. A foca fofoqueira fofocava sem parar. Falava e futricava e sua cabeça fervilhava de tantos fatos que queria contar.
    - Fica aqui para me ouvir!  Falava para quem se aproximasse. Queria fofocar as novidades. Não deixava ninguém sair de perto enquanto não se cansasse de tanto fofocar. Falava de fulano, de ciclano e de beltrano. Especulava, confirmava e desconfiava.  A Foca fofoqueira um dia de tanto falar ficou rouca e sua boca finalmente se fechou. Foram todos olhar a foca que envergonhada fugiu. Escondeu-se na floresta e na água mergulhou. Mas, a foca não se conformou e buscou uma solução e mais que depressa procurou gargarejar com água e sal, pois tinham lhe dito que fazia bem para voz rouca. A foca queria ficar logo boa para voltar a falar sem parar. Mas enquanto sua voz não melhorava, as coisas aconteciam e pela primeira vez a foca fofoqueira não falava, só ouvia. Não era ela a porta voz, mas os bichinhos quem traziam todas as fofocas do mundo que se acumulavam em sua cabeça.
    Uns falavam: – Você sabia?
    Outros diziam: – Não te contaram?
    Aquele outro afirmava: – Sabe aquela pessoa?
    E o outro confirmava: - Sei que é verdade!
    E a foca fofoqueira ficava irritada por não conseguir falar nada.
    Passou um dia, dois e três e nada da sua voz ficar boa. Nesse tempo a foca fofoqueira teve que aguentar todas as fofocas do mundo em seus ouvidos.  Ficou chateada de tanto ouvir sem parar as novidades e aprendeu que ficar ouvindo alguém falar demais e sem parar da vida dos outros aborrece.

    Quando ficou boa, a foca fofoqueira não deixou de fofocar, mas aprendeu a ouvir também quem queria falar. Ela falava e ouvia, ouvia e falava. A conversa ficou boa e todos a escutavam e também contavam o que sabiam. E a fofoca tornou-se uma grande conversação, pois novidade é bom, o que não é bom é fofocar dos outros sem parar.  

    FIM

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    Gigi o gatinho guloso – trabalhando o G g

    Gigi é um gatinho que nasceu de uma ninhada de oito gatinhos. Gigi veio ao mundo bem gordinho e esperto. Seus sete irmãozinhos nasceram magrinhos, pois até dentro da barriga Gigi era o que mais se alimentava não deixando quase nada para seus irmãozinhos. Quando nasceram, Gigi sempre era o primeiro a chegar para mamar, empurrava seus irmãos e só se ouvia gut gut gut o barulhinho de Gigi sugando o leite. A mamãe gata tentava de tudo, mas não conseguia fazer com que Gigi diminuísse a sua gulosice deixando um pouco para os irmãos. Gigi miava pensando:
    - Que gostoso esse leite. Quero mais!  
    Gigi foi crescendo e não tinha nada que ele não comesse. Adorava a galinha desfiada com arroz, que Dona Genoveva fazia com carinho que Gigi comia até empanturrar. Não escapava nada. Tudo que era guloseimas que Gustavo, filho de Dona Genoveva comia, Gigi miava pedindo e Gustavo ia dando. Balas, chocolates, biscoitos e nem goma de mascar escapava. Gigi foi engordando, engordando até quase não conseguir mais nem andar. Um belo dia Gigi entrou na cozinha e viu o armário da dispensa aberto e lá estava um monte de biscoitos recheados que Dona Genoveva tinha comprado em uma promoção. Gigi foi puxando com as patinhas, rasgando e comendo tudo. Comeu tanto que passou mal. Teve dor de barriga e enjoos. Começou a vomitar uma gosma de gosto ruim fazendo a sua garganta ficar irritada e doendo. Gigi foi parar no veterinário agoniado e quase agonizando e teve que tomar soro durante três dias. Tudo por causa da sua gula.
    Gigi durante muito tempo ficou enjoado com muita comida. Não podia nem ver que arrepiava todo o pelo. Passou a comer menos e foi ficando elegante e charmoso. Daquele dia em diante Gigi aprendeu a lição e também começou a gostar do ser novo visual, afinal ele já era um rapaz.

    Gente vou contar um segredo! Gigi arrumou uma namorada. A gatinha mais bonitinha do bairro e seu nome é Gracinha. Gigi ficou muito feliz!

    FIM

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    A Cacatua careca – Trabalhando o C c

    Certo dia Dona Camila chamou a filha Carla para visitar a sua amiga Carolina que ela não via há alguns anos. Carolina não queria ir, preferia ficar em casa no caraoquê cantando, mas não teve jeito, teve que ir.

    - O que vou fazer lá? Perguntava a si mesmo Carla. E foi de cara feia.
    Chegando lá Carla logo observou que tinha uma grande gaiola com uma cacatua dentro e foi ver. Carla ficou intrigada ao perceber que a cacatua era careca. Não aguentou e começou a rir.

     - Coitada da cacatua! Falava e ria ao mesmo tempo.

    A mãe da Carla se chateou com o comportamento da filha e lhe passou um carão. Carolina, a amiga de Dona Camila chamou Carla e contou a triste história da sua cacatua. Carla ficou caladinha ouvindo.
    Carolina contou que estava em um parque na cidade e percebeu alguma coisa mexendo perto de uma moita. Estava com seu cãozinho cocada que logo se agitou. Resolveu ir ver o acontecido e avistou uma avezinha quase pelada se debatendo agitada e assustada. Com pena pegou a avezinha e sem saber o que era resolveu levar para casa.

    Ela estava muito fraquinha e parecia que alguma coisa tinha cutucado suas peninhas arrancando algumas. Carolina decidiu levar a avezinha ao veterinário. O veterinário identificou a ave como sendo um filhotinho de cacatua, medicou ela e aconselhou Carolina como deveria cuidar da pequena ave. 

    O tempo passou e a cacatua foi crescendo, mas suas penas não cresceram no topete deixando a cacatua particularmente diferente. Ela definitivamente era careca. Todos estranharam aquilo, mas o veterinário explicou a Carolina que isso era raro, mas podia acontecer. Carolina não ligou e criava a cacatua com todo amor. Ela não tinha topete, mas suas penas eram branquinhas e tinha um lindo rabo. Era amorosa, mansinha e bastante barulhenta. Alegrava a casa brincando com o cãozinho cocada. Carolina disse a Carla que ia dar um namorado para a cacatua careca e quando eles tivessem filhotinhos daria um a ela. Carla ficou radiante. 

    O tempo passou novamente e realmente a cacatua se casou e teve dois filhotinhos e para surpresa de todos, um dos filhotinhos também era careca e foi justamente esse que Carla quis. Carla cria o filhotinho da cacatua careca e deu carinhosamente o nome de carequinha que deixou a casa de Carla muito mais alegre. Ser diferente é uma questão de ponto de vista, pois diferente é quem se sente. As cacatuas são felizes carecas ou não.


    FIM