Bons momentos para todos.
Amigo imaginário. Quem não o
teve ou ainda o tem?
Por volta dos dois anos, quando
se desenvolve a linguagem é comum nos depararmos com cenas onde vemos nossa
criança a tagarelar com o “invisível”. Para nós, não para ela.
Praticamente todas as crianças
têm um amigo imaginário ou até mesmo mais de um. É natural e pode perdurar até
os sete anos mais ou menos.
Observam-se mais atentamente nas crianças solitárias, que
sofreram traumas recentes e naquelas cujos pais se separaram, pois é uma forma
de fuga e busca por companhia confiável.
Para a psicologia a criança “cria”
o amigo imaginário como forma de proteção emocional, defesa pessoal e treinamento
inconsciente da convivência, principalmente àquelas que não possuem
relacionamentos constantes com crianças da mesma idade.
"Antes de ter um amigo de carne e osso, a criança precisa treinar a experiência da amizade",
diz o psicanalista Enrique Mandelbaum, especialista no tema. "Se as ações
forem simuladas antes de realizadas, o desafio de conviver é facilitado."
Pesquisas mais recentes indicam que aquelas crianças que
convivem com companheiros invisíveis desenvolvem antes suas capacidades
psicológicas e linguísticas, e tendem a ser melhores alunos.
Para os espiritualistas, neste período a criança está
espiritualmente convivendo entre os dois mundos visível e invisível e o seu
amigo imaginário pode ser simplesmente um espírito amigo, protetor ou familiar
que se apresenta com pretensões apaziguadoras e solícitas preenchendo o vazio
emocional da criança.
O amigo imaginário pode persistir por mais tempo quando a
criança não consegue se libertar de sua insegurança ou mesmo porque é médium,
mas nem toda criança que tem um amigo imaginário é médium, pois isso só se
observa se persistir na adolescência e juventude. Não entrando no mérito da
questão nem querendo deturpar os conceitos da psicologia, precisamos estar
atentos para as possibilidades sem fazer apologia religiosa, nem científica. Na
verdade o amigo imaginário é realidade nas “melhores famílias” e não podemos
ignorar.
Podemos trazer a tona o conhecido terror noturno, onde
atentamos para a possibilidade das convivências imaginárias adentrarem o inconsciente
tornando-se parte dos temores infantis, mas nesse caso o amigo imaginário
torna-se “inimigo perseguidor”, mas isso é assunto para outra ocasião.
Tenho exemplo
em minha casa comigo mesma quando via pessoas que só eu via, mas que não se
comunicavam, apenas estavam presentes. Perdurou por um tempo e depois sumiram.
Minha
filha mais nova com aproximadamente três anos brincava intensamente com seu
amiguinho imaginário ou invisível e tinha até nome que no seu linguajar entendíamos
com sendo “Cuaximi” e ela detalhava as brincadeiras, falava, gesticulava e era
feliz. Perguntávamos naqueles momentos onde o Cuaximi estava e ela sempre apontava sorrindo. Por volta dos cinco anos não ouvimos mais falar dele.
Uma conhecida também relatou que sua filha de três anos brincava e dialogava com um amigo imaginário e quando resolveram perguntar com quem ela falava, ela disse que era com a vovó deixando todos surpresos, pois a filha não conheceu a avó e mostrando algumas fotos a filha ela identificou a foto da avó.
Amigos com benefícios.
Para os pais, flagrar o filho no meio de um "monólogo
exterior" pode surpreender, mas os especialistas garantem: é normal,
saudável e aconselhável. Inclusive, Roberto Andersen, educador brasileiro
membro da Academia de Ciências de Nova York, adverte que limitar a imaginação
(o que inclui dizer "acabou esse tal de amigo imaginário!") é um incentivo ao déficit de atenção, déficit de
cognição e memória parcial. Se você achou a opinião de Roberto muito radical,
saiba que Freud, pai da psicanálise, e Piaget, papa da pedagogia, também
defendiam que, por via das dúvidas, era melhor que o companheiro invisível participasse do jantar.
Para os
pais o melhor é tratar com naturalidade não supervalorizando nem desvalorizando
o fato. Estimular a criança a deixar, esquecer ou ignorar o seu amigo
imaginário pode prejudicar a naturalidade com que a criança encara o fato,
trazendo problemas de insegurança e timidez na criança diante dos
relacionamentos futuros dela. O melhor mesmo é aguardar que essa fase passe e
caso não passe observar com atenção buscando um profissional adequado, não ignorando
a possibilidade mediúnica e nesse caso deve-se procurar também orientação
espiritual.
Na esquizofrenia, na solidão, na rejeição, no pânico, nos que sofrem bullyng pode-se observar os diálogos solitários, onde podem ser nocivos acarretando consequencias perigosas como isolamentos severos, autopunições ou mesmo suicídios. Todos esses processos requerem urgentes providências.
Para os
que buscaram essa leitura, podem estranhar as possibilidades aqui colocadas, mas
não devemos ignorar que somos corpo, mente e espírito e que a medicina hoje não
ignora o lado espiritual. Portanto, o que pensamos muitas vezes ser imaginário,
pode ser a sensibilidade humana dando possibilidades ao que não quer calar, ou
seja o mundo invisível.
Exemplos de médiuns que apresentaram desde a
infância a mediunidade:
Chico
Xavier (desde os três anos de idade), Divaldo Pereira Franco (desde os quatro
anos de idade), José Raul Teixeira (desde a infância) – Fonte: federação
Espírita Brasileira.
Paz e
muito amor para todos. Valéria Ribeiro.
Para saber mais
O Brincar e a Realidade
Donald Winnicott, Editora Imago.
A Psicanálise de Crianças
Melanie Klein, Editora Imago.
Nove Estórias
Jerome David Salinger, Editora do Autor.
Náufrago
Direção: Robert Zemeckis. Por causa do Wilson.
Donald Winnicott, Editora Imago.
A Psicanálise de Crianças
Melanie Klein, Editora Imago.
Nove Estórias
Jerome David Salinger, Editora do Autor.
Náufrago
Direção: Robert Zemeckis. Por causa do Wilson.
Chico Xavier o filme.
Fonte: Revista Super
interessante, internet, revista Pais e filhos.