terça-feira, 3 de maio de 2011

O que você quer ser quando crescer?




Bons momentos para todos!

Primeiro vamos nos deliciar com essa pérola...

VERBO SER
QUE VAI SER QUANDO CRESCER?
VIVEM PERGUNTANDO EM REDOR.
QUE É SER?
É TER UM CORPO, UM JEITO, UM NOME?
TENHO OS TRÊS. E SOU?
TENHO DE MUDAR QUANDO CRESCER?
USAR OUTRO NOME, CORPO E JEITO?
OU A GENTE SÓ PRINCIPIA A SER QUANDO CRESCER?
É TERRÍVEL? DÓI? É BOM? É TRISTE?
SER: PRONUNCIADO TÃO DEPRESSA, E CABE TANTAS COISAS.
REPITO: SER, SER, SER, ER, R.
QUE VOU SER QUANDO CRESCER?
SOU OBRIGADO(A)? POSSO ESCOLHER?
NÃO DÁ PRA ENTENDER.
NÃO VOU SER.
NÃO QUERO SER.
VOU CRESCER ASSIM MESMO.
SEM SER.
ESQUECER.
Carlos Drummond de Andrade. BomtempoII.

Olá pessoal?
Vamos conversar um pouquinho?
Gostaria de dizer para vocês que em toda a minha vida fiquei a perguntar por que as pessoas em geral e principalmente os pais se preocupam tanto em saber de uma criança o que ela vai ser quando crescer. Pensem! Não fazemos sempre esta pergunta quando vamos falar com os pequenos? Será que é por falta de assunto ou porque queremos saber mesmo, para ver se aquela criança já pensou a respeito?
– O que você quer ser quando crescer? O que você vai ser quando crescer? O que você gostaria de ser quando crescer? Dependendo de quem pergunte pode ser umas dessas que citei. E as respostas? Claro que os pequenos irão responder aquilo que mais lhe agrada em sua vivência ou atendendo aos “estereótipos” manda um desejo que não é seu e sim reproduzido pelos que os rodeiam.
Desde já, colocamos problemas na cabeça de nossos sereshumaninhos, dando-lhes responsabilidades que nem eles mesmo sabem.
– “Quero ser policial”, diz um...
- “Quero ser bailarina”, diz outra...
Na verdade muita estrada vem pela frente e nem policial, nem bailarina talvez conseguirão ser, pois que suas vivências e suas influências vão delimitando suas escolhas. Mas a angústia fica e os caminhos vão sendo traçados nas dúvidas de “Ser alguém”.
Sou Pedagoga e sempre fui contra o direcionamento que é imposto aos educandos na cobrança da responsabilidade futura, sem nem mesmo eles terem a oportunidade em “experimentar” em suas experiências as opções. Sei que é difícil, pois implicaria numa Pedagogia dinâmica onde o valor da vida, o amor e a felicidade estivessem em primeiro plano sendo abordados concomitantemente com as disciplinas curriculares. E isso dependeria de projetos dinâmicos, inteligentes e agradáveis para que os educandos possam externar seus pensamentos, vontades e atitudes. Não é fácil administrar isso não e as escolas não estão preparadas para isso. Seria uma Pedagogia do amor e da vivência. Da troca e da experimentação aonde os pequenos iriam formando seus “desejos” naquilo que experimentam.
E a pergunta vai sendo feita e as respostas vão sendo mudadas. Para uns a resposta é uma, para outros a resposta é outra e a criança em sua inocência vai “sacando” e dando o prazer da resposta certa para a pergunta “errada”.
– O que você neste momento pretende ser quando crescer? Deveria ser a pergunta a ser feita, caso não tivéssemos outra coisa para perguntar, pois é mais fácil colocar um problema na cabeça da criança do que “pegar” para sim o probleminha dela numa pergunta mais saudável do tipo:
- Olá! Você quer saber alguma coisa?
- Oi! Você está legal?
- Tudo bem? Tem alguma pergunta que queira saber?
- Como vai?  Eu gostaria de saber do que você gosta.
- Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Qual é o seu super-herói preferido?...
Conversar com criança é difícil mesmo, então perguntar o que ela quer ser quando crescer é mais fácil. Ela vai responder qualquer coisa e ficará com a “pulga atrás da orelha” e nós sairemos satisfeitos sem nos preocupar com essa questão.
Uma vez eu disse lá em casa que queria casar com um pipoqueiro, pois adorava pipoca e comeria quanto quisesse sem pagar...Veja a ingenuidade...comer bastante sem pagar.
A criança pensa que “ser alguém quando crescer” é simples assim, até que começa a perceber as dificuldades e as mudanças em seus gostos, ideias e escolhas. Só não podemos compactuar com as escolhas erradas pelas quais fomos responsáveis em estimulá-las. Profissões erradas e frustrantes, cursos intermináveis e desgastantes, caminhos longos percorridos e jogados fora pela simples razão em não terem sido orientados a aprenderem a escolher valorizando a escolha no bem-estar e na realização pessoal.
Não devemos nos preocupar em saber o que a criança quer ser quando crescer. Ela não cresceu ainda e tem toda a vivência infantil, adolescente e jovem até chegar lá. A escolha será dela, pois o futuro é dela.
Paz e amor para todos. Valéria Ribeiro.

Nenhum comentário: